No final de 2011 resolvi encarar o edital para o mestrado em sociologia da universidade Federal do Pará. Depois de quatro etapas: projeto de pesquisa, prova escrita, entrevista e prova de língua estrangeira (francês), fui selecionado.
Comecei a fazer as disciplinas em 2012... Ano de eleição. Imagine só: Eu, mestrando, presidente de partido, candidato a vereador e pai de família. Nessa brincadeira quase perco o mestrado e a eleição. Mas Deus me abençoou que tanto me elegi, estou conduzindo o partido, o mandato e a família, como felizmente concluí o meu mestrado em Junho de 2014.
Tive a felicidade de ser orientado por uma excelente e compreensiva professora... Maria José Aquino Teisserenc e a importante ajuda do professor Pierre Teisserenc (que foi orientando de Pierre Bourdieu).
O tema da minha dissertação foi a respeito do deslocamento compulsório das famílias ribeirinhas do rio capim em função da mineração do caulim.Fui muito seguro tranquilo para a defesa. Acompanharam-me minha mãe e minha tia. Fiquei muito feliz.
Professora Maria José e Pierre Teisserenc nas extremidades. |
RESUMO
O desenvolvimento é palavra de ordem, é
ideologia e a prática das sociedades modernas. É o modelo para a elevação
moral, política, econômica e social para qualquer nação: este é o conteúdo do
discurso do desenvolvimento independente da forma e do tempo em que se
apresenta.
A Amazônia provou e prova deste sabor. O
desenvolvimento chega para ficar, e ficar até quando é conveniente aos
indivíduos e grupos que o personifica. As empresas erguem seus aparatos e
estruturas que simbolizam e realizam uma força inevitável.
A dissertação aqui apresentada aponta uma
consequência deste dito desenvolvimento: O deslocamento compulsório. Portanto
procura-se no trabalho desvelar, conhecer e compreender este processo dando
nome a estes lugares da Amazônia que aparecem nas literaturas, na grande
maioria das publicações, de forma genérica e superficial, bem como dando nomes
e vozes à estas pessoas que sofrem dentro deste processo. Desvelar, conhecer e
compreender quais são estes sofrimentos, de que forma reagem, qual a sua
compreensão, quais suas estratégias, como são e como se dão as formas de
enfrentamento.
Discute-se aqui a gênese do
desenvolvimento, a penetração do capital na Amazônia, sua estabilização, a
concepção governamental de desenvolvimento, os “determinismos” em busca da
vocação econômica, o “geografismo”, o “dualismo”, os grandes projetos. Tudo
isto como forma de contextualização e de investigação que nos faz perceber a
continuidade e o agravamento da lógica e da concretude da pura e simples
exploração para exportação em detrimento das comunidades locais.
Palavras-chave: Amazônia. Desenvolvimento. Deslocamento
Compulsório. Comunidades.
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